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Como é o seguro de vida para trabalhadores que ganham a vida embarcados

O mercado de óleo e gás brasileiro está crescendo a passos largos, sobretudo pelo pré-sal, que promete aquecer ainda mais a economia nos próximos anos. Só a Petrobras encomendou recentemente a construção de nada menos que 33 sondas para operar no país. Segundo o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Construção Naval e Offshore (Abenav), Augusto Mendonça, em entrevista para a revista especializada Portos e Navios, há menos de dez anos, eram 6 mil empregados neste setor. “Em 2015 teremos de ter pelo menos 100 mil trabalhadores nesta indústria”, diz Mendonça.

O setor de seguros deve também preparar-se para as oportunidades que virão a reboque, como o aumento da demanda de seguro de vida em grupo para os funcionários de navios e plataformas que trabalham em regime de embarque, conhecido como offshore.

A origem desta ideia de proteção é antiga. Há relatos de que a vida dos escravos transportados por mar era segurada sob forma coletiva, que garantia ao proprietário o pagamento de uma determinada quantia caso algum deles morresse durante a viagem. Os tempos mudaram e os segurados de hoje são assalariados e colaboradores de empresas submetidas a rigorosas leis trabalhistas, que exigem cuidados especiais com a segurança daqueles que ganham a vida em alto mar.

Mas o que diferencia um seguro de vida em grupo comum de um voltado para este tipo de profissional? Segundo William Araújo Silva, diretor da Life Strong Assessoria e Corretora de Seguros “a maior diferença entre eles está no fato de os trabalhadores offshore permanecerem vários dias confinados no mar, o que representa sempre um risco agravado perante as companhias seguradoras”.

A principal motivação para a contratação deste produto de Vida em Grupo por parte das empresas é a obediência às normas coletivas das categorias dos trabalhadores embarcados. “Antes de contratar o seguro, as seguradoras analisam a atividade fim da contratante, elaborando uma proposta de seguro adequado ao risco”, conta.

Mas não apenas as seguradoras têm que ficar atentas na hora de aceitar um risco. De acordo com o corretor, a empresa contratante deverá sempre informar, no momento da elaboração da proposta de seguro, quais funcionários irão atuar como embarcados, os não embarcados e os afastados, a fim de que a seguradora possa ser coerente no resultado da proposta.

Uma área em expansão

O seguro de vida em grupo para trabalhadores offshore é uma área em expansão. Até pouco tempo a experiência do mercado não era propriamente um estímulo para que as seguradoras investissem neste produto, mas o grande número de plataformas e navios que já começaram a operar na costa brasileira e que começarão a operar nos próximos anos já é por si só um grande estímulo para que os seguradores comecem a mudar sua visão sobre esse campo.

“Hoje em dia, com a chegada de muitas empresas multinacionais no Brasil, a demanda para esse tipo de seguro aumentou, exigindo assim uma atenção maior das seguradoras neste aspecto. Atualmente o mercado segurador já ampliou a sua oferta em razão da necessidade”, comenta William.

Mas ainda há muito o que explorar nesta área. São muitas as empresas que já operam diretamente na exploração de petróleo, muitas ainda estão se estabelecendo no mercado, e há ainda as terceirizadas, que darão apoio a essas operações. “Com o aumento das ofertas de emprego nessas frentes, o crescimento da carteira do seguro em questão torna-se uma consequência inevitável”, prevê.

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